Oficinas, rodas de diálogo e palestras fazem parte da programação em
quatro municípios do Sertão pernambucano; exibição de filmes continua até o
próximo sábado (18/5) no Cine S. José (Afogados da Ingazeira), com entrada
franca.
Assim como a exibição de filmes, atividades de formação e
reflexão são de importância central para uma mostra de cinema. Elas
proporcionam conhecimentos específicos e possibilitam ao público participar das
principais discussões do meio cinematográfico. Pensando nisso, a 5ª Mostra
Pajeú de Cinema promoveu uma série de atividades formativas gratuitas ao longo
de sua programação, de 03 a 18 de maio em Afogados da Ingazeira, Iguaracy,
Carnaíba e Ingazeira, no Sertão de Pernambuco.
Neste ano, a MPC contou com duas oficinas: a “Oficina Rápida
de Cinema Ligeiro”, ministrada em Carnaíba, Ingazeira e Iguaracy pela
realizadora pernambucana Eva Jofilsan e que contempla as possibilidades
estéticas das vinhetas audiovisuais; e a já tradicional Oficina de Crítica
Cinematográfica com a jornalista e professora sergipana Suyene Santos,
realizada nos dias 10 e 11 em Afogados da Ingazeira.
“É importante despertar nos jovens o desejo de ir além do
cinema comercial. Procurar conhecer a história da arte e como diferentes
linguagens podem coexistir”, diz Suyene. “Foram dias muito produtivos e com uma
turma interessada”, completa.
Suyene, mestre em comunicação pela UFS e especialista em
jornalismo cultural pela Universidade Tiradentes (Unit), ministrou aulas sobre
as diferentes formas de crítica e o contexto do ofício no cenário contemporâneo
do cinema.
Arte e resistência - Ao longo da programação, também
foram realizadas rodas de diálogo e palestras, com convidados como o cineasta
pernambucano Pedro Severien (Todas as
Cores da Noite), que discutiu a relação entre cinema e direitos humanos
para alunos de escola pública em Carnaíba, e a sessão especial do projeto
Andanças, com sessão ministrada pela ativista Dayvi Santos, técnica em Direitos
Humanos da Secretaria Estadual de Educação.
Os debates e filmes exibidos destacam a luta pela igualdade
de gêneros, além de discutir temas como machismo e a violência e preconceito
contra a população LGBTQ+. “Este ano decidimos nos posicionar como resistência.
Precisamos refletir e discutir essas pautas e para isso contamos com o cinema
como importante forma de expressão”, diz Bruna Tavares, coordenadora de formação
da MPC.
Cinema e Educação - A MPC também esteve presente em
instituições de ensino da rede pública de Afogados da Ingazeira. Na Escola
Cônego João Leite Gonçalves de Andrade os pesquisadores Thiago Anthunes e
Amanda Ramos ministraram a mesa “Cinema Dentro e Fora da Escola”. “Cinema é um
instrumento poderoso para a educação por mexer com a imaginação e oferecer
muitas possibilidades. É um diálogo maravilhoso”, comenta Anthunes.
A 5ª MPC continua até o próximo sábado (18/5) no Cine S.
José, em Afogados da Ingazeira, com curtas e longas de vários estados
brasileiros. A sessão de encerramento será com o documentário pernambucano
“Estou me guardando para quando o Carnaval chegar”, de Marcelo Gomes, e contará
com a presença do produtor João Vieira Jr.