Sessenta e oito produções de 13 estados serão
exibidas de 3 a 18 de maio nos municípios de Ingazeira, Iguaracy, Carnaíba e
Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú.
“Pastor Cláudio” abre a programação em
Afogados da Ingazeira, em sessão seguida de debate com a diretora carioca Beth
Formaggini; “Mateus”, novo filme de Déa Ferraz será lançado na MPC;
A Mostra
Pajeú de Cinema anuncia, nesta quinta-feira (18/4), os filmes
selecionados para a sua quinta edição. No
total, 61 curtas e sete longas-metragens brasileiros
serão exibidos em quinze dias de programação em
quatro municípios do Sertão do Pajeú. Uma das novidades deste ano é a
inclusão de Carnaíba no circuito de exibição de curtas, ao lado de Iguaracy e
Ingazeira, enquanto o público de Afogados da Ingazeira poderá assistir curtas e
longas no Cine S. José, cinema de rua original de 1942, especialmente reativado
para o evento. Viabilizado pelo Funcultura / Governo
do Estado e organizado pela Pajeú Filmes, a 5ª
MPC será realizada de 3 a 18 de maio. A programação completa com horários,
mostras e demais atividades de formação serão divulgadas no fim de abril.
De acordo com a
coordenadora de formação, Bruna Tavares, esta é uma edição especial da MPC, que
completa cinco anos. “Entre dificuldades e conquistas, permanecemos na luta e
queremos traduzir isso na nossa tela. Todo o nosso planejamento e atividades
estão sendo pensadas a partir dessa perspectiva de resistência e luta. Não é
fácil manter as portas abertas para o cinema nacional no sertão, mas estamos
conseguindo e firmando território na região do Pajeú”. Bruna também ressalta a
nova identidade visual da MPC, criada pela artista Ianah Maia: “É uma arte que expressa o nosso desconforto e a nossa
posição diante das questões que assolam o país. O cinema tem sido nosso modo de
combate, nosso modo de registrar e propor reflexão”.
Entre os destaques da
programação estão os longas pernambucanos Estou
me guardando para quando o Carnaval chegar, de Marcelo Gomes (que estreou
em fevereiro no Festival de Berlim e ganhou prêmio da crítica + menção honrosa
no festival É Tudo Verdade); Azougue Nazaré, de Tiago Melo, que estreou
ano passado no Festival de Rotterdam; e Mateus, novo documentário de Déa
Ferraz (com a atriz e brincante Odília Nunes), que faz sua estreia na 5ª MPC.
Completam o programa dois
longas paulistas e um carioca, todos com extensa carreira em festivais: a
ficção A Sombra do Pai, de Gabriela Amaral Almeida (com Júlio Machado,
Nina Medeiros, Luciana Paes); o documentário Fabiana, em que a
diretora Brunna Laboissière acompanha a
última viagem de uma mulher trans, caminhoneira, depois de 30 anos percorrendo as
estradas do Brasil; e o documentário Pastor Cláudio, baseado no encontro
entre o bispo evangélico Cláudio Guerra, responsável por assassinar e incinerar
os opositores à ditadura militar brasileira, e Eduardo Passos, psicólogo e
ativista dos Direitos Humanos. Pastor Cláudio será o filme de
abertura da mostra em Afogados da Ingazeira no domingo, 12 de maio, em sessão
seguida de debate com a diretora Beth Formaggini.
A seleção de
curtas leva para o sertão filmes de quatro regiões do país, destaque para Noir Blue, de Ana Pi, coreógrafa
mineira radicada na França, e O órfão, de Carolina Markowicz (selecionado para a última Quinzena
dos Realizadores do Festival de Cannes). Entre as produções pernambucanas, serão
apresentados os novos trabalhos de Tila Chitunda (Nome de Batismo – Frances,
que acaba de estrear no festival É Tudo Verdade); Lia Letícia (Thinya);
Rita Carelli (A Era de Laryokoto); e a animação pernambucana Guaxuma, de Nara Normande (selecionado
pelo Festival de Annecy, na França, e eleito melhor curta no Festival de Gramado).
Há também grande presença de filmes da Paraíba, o que reflete o ótimo momento
para o cinema feito no estado vizinho, reconhecido nacional (A
ética das hienas e Caetana – Mostra de Tiradentes) e
internacionalmente (Crua – Festival de Rotterdam).
A curadoria
da 5ª MPC é formada pelo pesquisador e crítico André Dib (Afogados da
Ingazeira, sessão acessível e matinês) e pelos diretores da MPC, Bruna Tavares
e William Tenório (Carnaíba, Iguaracy e Ingazeira). “Pensamos em abordagens que
mantivessem o espírito da MPC e que pudessem dialogar com a realidade dos
lugares”, diz Bruna. “Carnaíba, Ingazeira e Iguaracy são cidades muito
especiais e particulares, e precisamos estar atentos para isso na hora de
escolher os filmes. Nosso objetivo, para além da exibição, é convidar esse
público para refletir o que estamos vivendo no país. A tela é a nossa forma de
traduzir a sociedade e as possibilidades de mobilização para um mundo melhor”.
Oficinas – Este ano a MPC contará
com a Oficina de Crítica Cinematográfica com a jornalista e professora sergipana
Suyene Santos, que nos dias 10 e 11 discutirá em Afogados da Ingazeira as
diferentes formas de crítica e o contexto do ofício no cenário contemporâneo do
cinema. Suyene é mestre em comunicação pela UFS e especialista em jornalismo cultural
pela Universidade Tiradentes (UNIT). Trabalhou como repórter do Jornal da
Cidade (SE), comanda o site Bangalô Cult (criado como blog em 2008) e é repórter
do jornal CINFORM (SE). As inscrições para a oficina de crítica estão abertas e
seguem até 26 de abril, pelo site www.mostrapajeudecinema.com.br. Já a “Oficina Rápida de Cinema Ligeiro” será ministrada em Carnaíba,
Ingazeira e Iguaracy pela realizadora pernambucana Eva Jofilsan e que contempla
as possibilidades estéticas das vinhetas audiovisuais.
Informações para
a imprensa
Pedro Siqueira
(81) 99500-7006
5ª Mostra Pajeú de Cinema – FILMES SELECIONADOS
AFOGADOS DA INGAZEIRA
Longas
A sombra do pai (SP, 2018), de Gabriela Amaral Almeida**
Azougue Nazaré (PE, 2018), de Tiago Melo
Bloqueio (RJ, 2018), de Victoria Alvares e Quentin Delaroche
Estou me guardando para quando o Carnaval chegar (PE, 2019), de Marcelo
Gomes
Mateus (PE, 2018), de Déa Ferraz*
Pastor Cláudio (RJ, 2018), de Beth Formaggini
Curtas
A era de
Lareokotô (PE, 2019), de Rita Carelli
A ética das
hienas (PB, 2019), de Rodolpho de Barros**
As aulas que
matei (DF, 2018), de Amanda Devulsky e Pedro B. Garcia**
BR3 (RJ,
2018), de Bruno Ribeiro
Caetana (PB,
2018), de Caio Bernardo
Conte isso
àqueles que dizem que fomos derrotados (PE, 2018), de Aiano Bemfica, Camila
Bastos, Cris Araújo, Pedro Maia De Brito
Crua (PB,
2019) de Diego Lima**
Estamos
todos aqui (SP, 2017), de Chico Santos & Rafael Mellim
Fartura (RJ,
2019), de Yasmin Thayná**
Guaxuma (PE,
2018), de Nara Normande
Maré (BA,
2018), de Amaranta César
Mesmo com
tanta agonia (SP, 2018), de Alice Andrade Drummond
Nome de
batismo – Frances (PE, 2019), de Tila Chitunda**
Noir Blue –
deslocamentos de uma dança (MG/França, 2018), de Ana Pi
O órfão (SP,
2018), de Carolina Markowicz
Quando
decidi ficar (PB, 2018), de Maycon Carvalho
Sua
invariável gentileza toca o meu complicado coração (BA, 2018), de Marcus
Curvello**
Thinya (PE,
2019), de Lia Letícia
Verde Limão (PE, 2018), Henrique Arruda
Matinê
A luta (MG, 2017), de Bruno Bennec**
Bia Desenha: Burrinho no espaço (PE, 2018), de Kalor Pacheco e Neco
Tabosa
Bia Desenha: O nascimento de Zalika + Tarefinhas (PE, 2018), de Kalor
Pacheco e Neco Tabosa
Bia Desenha:
Anjo de jambo (PE, 2018), de Kalor Pacheco e Neco Tabosa
Cadarço (SP,
2017), de Eduardo Mattos
Dando asas à
imaginação (RJ, 2017), de Arthur Felipe Fiel e Joao Marcos Nascimento**
Fazenda Rosa
(PE, 2018), de Chia Beloto
Mini Miss
(PE, 2018), de Rachel Daisy Ellis
O
Malabarista (GO, 2018), de Iuri Moreno
O Violeiro
Fantasma (GO, 2018), de Wesley Rodrigues
Uma história
das cores (RJ, 2018), de Vitor Hugo Fiuza**
Viagem na chuva (GO, 2014), de Wesley Rodrigues
Sessão acessível
Cadarço (SP,
2017), de Eduardo Mattos
Coleção (PE,
2019), de André Pinto e Henrique Spencer
Cor de Pele
(PE, 2018), de Lívia Perini
Majur (MT,
2018), de Rafael Irineu
Nova Iorque
(PE, 2018), de Leo Tabosa
O
malabarista (GO, 2018), de Iuri Moreno
Victor vai ao Cinema (PE, 2017), de Albert Tenório
CARNAÍBA
A viagem de
Ícaro (GO, 2018), de Kaco Olimpio e Larissa Fernandes
ARARA: um
filme sobre um filme sobrevivente (MG, 2017), de Lipe Canêdo
Da curva pra
cá (ES, 2018), de João Oliveira
Eu vejo
flores (PR, 2018), de Bruna Steudel
Invasão Drag
(RJ, 2018), de Rafael Ribeiro**
O
malabarista (GO, 2018), de Iuri Moreno
Quilombo
Mata Cavalo (ES, 2018), de Jurandir Amaral**
Um corpo
feminino (RS, 2018), de Thais Fernandes**
Uma história
das cores (RJ, 2018), de Victor Hugo Fiuza**
Xavier (SP, 2017), de Ricky Mastro
IGUARACY
A fabula da
corrupção (RS, 2011), de Lisandro Santos
Ainda ontem
(PR, 2018), de Jessica Candal
Cadarço (SP,
2017), de Eduardo Mattos
Médico de
Monstro (SP, 2017), de Gustavo Teixeira
Megg: a
margem que migra para o centro (PR, 2018), de Larissa Nepomuceno e Eduardo
Sanches**
Mesmo com
tanta agonia (SP, 2018), de Alice Andrade Drummond
O muro era
muito alto (RJ, 2018), de Marcelo Marão**
Tempo
Circular (PE, 2018), Graci Guarani
Uma família ilustre (RJ, 2015), de Beth Formaggini
INGAZEIRA
#JURI (MT,
2018), de Samantha Col Debella**
Animais (SP,
2015), de Guilherme Alvernaz
Azul Vazante
(SP, 2018), de Julia Alquéres
Codinome
Breno (RN, 2018), de Manoel Batista
Impermeável
pavio curto (MG, 2018), de Higor Gomes
Lençol de
inverno (PE, 2018), de Bruno Rubim
Nova Iorque
(PE, 2018), de Leo Tabosa
O esquema
(PE, 2018), de Caio Dornelas
Quando a chuva vem? (PE, 2019), de Jefferson Batista
___________________________________
* inédito no Brasil
** inédito em Pernambuco